" Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando..."
Clarisse Lispector

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

"Dê a César o que é de César..."

Seu rosto sério e traços fortes marcantes chamaram a sua atenção. E neste momento seus olhos não desgrudaram daquela figura envolta em seriedade e concentração. Admirou-se com a relação daquela figura e seu objeto. Era como se para ela nada mais importasse, aquele objeto era tudo para a figura naquele momento. E por mais que centenas de pessoas a observassem, a figura não as percebia. Nada mais importava, o obejto a completava naquele momento.

E ELA, ao observar tal cena, estranha e bela relação, encantou-se. achou incrível a forma como a figura se entregava ao objeto, sem receios, sem medos, deixando-se levar. E apesar de todo o seu traço de seriedade, pôde perceber a alegria que a figura sentia. A aletria de sentir-se completo, pois o objeto a completava. ELA desejou sentir-se igual, sentir-se protegida, segura... Desejava uma realção igual. Quem sabe assim não encontrasse também a felicidade?

E sem perceber, ELA já havia obtido tal sentimento de complemento também. Ao contemplar tal cena - a intrigante relação figura/objeto - esqueceu-se do mundo ao seu redor, esqueceu-se de seus problemas, para ela nada mais importava, aquela perfeita relação de entrega era o seu único foco de atenção. E assim ela passou a estabelecer uma semelhante relação.

Mas ELA acabou descobrindo que a tal figura não era feliz. Pelo menos não plenamente. Seus momentos de felicidade eram os ínfimos momentos que obtinha em contato com o seu objeto. Quando o transe passava, a figura tinha que fingir seu papel, fingir ser alguém que não era. E foi aí que ELA viu a figura sorrir. Mas não um sorriso verdadeiro, ele não era real, porque a figura não era feliz longe de sua relação com o objeto. E a felicidade dessa relação era expressa por meio de um ar de seriedade. A seriedade era a demonstração de felicidade daquela figura. Mas as pessoas não entendiam, a sociedade não aceitava. ELA era a única que compreendia e desejava igual sentimento.

Porém a figura preciava fingir, era preciso o fazer para poder viver e se relacionar com os demais. E aí ela sorriu. Um sorriso forçado, seco, falso, cínico. Mas ninguém o percebeu dessa forma. Ninguém não, ELA percebeu. Só quem compreendia a figura seria capaz de perceber a real mensagem daquele sorriso. E ELA percebeu, ela entendia cada uma de suas nuancias.

Até que por um ínfimo instante, o olhar dELA com o da séria figura se cruzaram. Ambos sentiram um estrondo no ar, uma estranha sensação percorreu seus corpos, uma intensa relação ali se estabeleceu. E neste mesmo instante a figura parou de sorrir. sabia que não precisava fingir para ELA e demostrou toda a sua felicidade naquele intrigante rosto sério.

E desde aquele dia, ambos, ELA e figura, estabelecem uma relação invejável. Eles não precisam fingir mais, se compreendem e para eles isso é o que basta. Palavras não são necessárias, assim como a relação começou ela terminará, com uma simples e singela troca de olhares que traduzem todos os sentimentos do mundo. Ambos encontraram a felicidade no olhar um do outro.


(Raquel Carvalho - 17.09.08)

8 comentários:

Ana Paula Andreolla disse...

Aaaaah que texto lindo! *-*
Adorei =]
Só que to muito curiosa pra saber qual é esse misterioso e paradoxal objeto! =]

Deise Rocha disse...

Aaaaah que texto lindo! [2]

aih eles se beiajram e viveram felizes pra sempre!!!!

♫ Quel ♫ disse...

Ahhhh... Ana... vai ter q ficar na curiosidade!!!
É pra poder manter o mistério!!!
rsrsrs
Vai da interpretação de cada um!
=D

Mas saiba que TODOS os meus textos/poemas são baseados em experiências por mim vividas ou presenciadas.
E esse não é diferente!
^^

♫ Quel ♫ disse...

Deiselittle...!

Num sei se eles se beijariam no final...
Num sei se é mto do perfil deles!
Mas enfim...

^^

Deise Rocha disse...

tem q ter beijo...
se num tem beijo, muda toda a história que eu montei na minha cabeça...

ahhhhhh - triste...

¬¬

Teresa disse...

Raquellllll...... que bonitinho

vc escreve tão bem!

=*

♫ Quel ♫ disse...

Td bem Deisinhaaa...

Se vc os imaginou um beijo, td bem!
Q assim seja!!!
Cada um dá sua interpretação e imagina a história de formas distintas!
^^

Isso é q é interessante!!!

=D

Deise Rocha disse...

Yehhh...

viva os beijos e os finais felizes!!!!!